Um dia qualquer
Enquanto você anda pela rua
Passa, a sombra que vaga
Nas ideias desiludidas
De uma mente ocupada
Por pensamentos degustados
Em um paladar emudecido.
Numa noite qualquer
Enquanto venta a solidão
Passa a sua visão
A janela de um mundo
Que jamais te conheceu.
Sonhos estruturados
Em flocos de isopor.
Enquanto o tempo
Sua vida toma.
Todo o resto está morto.
E não te basta o ar,
Ou a comida.
Enquanto só
Em um canto chora.
Todo o mas, está fora.
E não te supre o amor,
Ou a bravata.
E a cada sol se vai um dia,
Suas chances vão também.
E a cada lua se vai uma noite,
Seu descanso, não vem.
Um dia qualquer, numa noite
Enquanto na solidão você anda
A vaga sombra da sua visão
A desilusão pelas janelas do mundo
Que desconhece uma mente
Degustadora de sonhos
Formados de isopor.
Thiago Grijó Silva
16/11/2018