quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

O Esquecimento

A escuridão é minha melhor amiga
E amigos mesmo eu tenho muitos
Mas não gostam de falar, porem
escutam muito bem.

A solidão é a minha única dama
Nós dançamos a penumbra
Mas não gostamos de tocar, porem
continuamos a dançar.

O esquecimento é a minha melhor lembrança
Mas que eu não quero recordar, porem
Não consigo deixar de lembrar.

Por fim sou um prisioneiro de mim
Mas não quero me libertar, 
porém...





Thiago Grijó Silva

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Menina de Pano


Você ainda vai perder-se na vida
Eu já me perdi a tempos e não me lembro
Se sou bom ou ruim no que faço
mas faço porque existo para isso
vivo disso, e não me importa nada mais.

Você ainda vai sofrer por esse seu apego
Eu já não sofro, eu gosto da dor
Se é para o meu bem eu não sei, não entendo
Mas faço porque existo para isso
vivo disso, e não me importa nada mais.

Você ainda vai perecer nesse longo abismo
Eu ainda estou caindo, e a tempos reneguei
qualquer esperança de sair vivo. E estas palavras
que ressoam em toda a parte são todas parte de mim
E não me importa que o mundo me odeie
Porque elas tem sentido para mim, e se ontem eu não sabia
hoje eu sei que nasci para isso, viverei disso
E o resto já não me importa mais.


Thiago Grijó Silva

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Mais uma lagrima


"Juntos para sempre"
Palavras que na verdade
tinham outro sentido, escondido
sob ternuras de gestos fingidos.

E o que o mundo me dizia
Eu não enxergava, ou não queria
e por descuido ou tolice preferi
o ardor das palavras que me deste

E com tamanha paixão voei cega
abraçando as nuvens que não 
ampararam minha queda ao chão.

E o mundo estava certo,
Era apenas outra decepção.
Na minha vida, só mais uma ilusão.


Thiago Grijó Silva

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Saudades


Talvez a saudade
Me incomode alguns dias
Lembrando-me a falta
Dos beijos que não foram roubados.

Talvez a sanidade
Por outras vias me perturbe
Fazendo-me querer
Dos olhares, uma cor.

Mas, ainda que não dure,
Me incomodara a tristeza
De não tocar teus lábios uma vez mais.

E ainda que não passe
Me entregarei a saudade
De vivas lembranças, de ti.


Thiago Grijó Silva

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Quadro


Sempre que eu descubro felicidade
eu vejo que um pedaço do quadro
ainda não está pintado.
E quando está, outra parte borra.

Conclui com isso que o quadro nunca estará completo
e ninguém pode ser feliz de verdade.
Mas podemos ter momentos de felicidade.


Thiago Grijó Silva

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Paragrafo


É tão triste você não poder viver
do que alimenta seu espirito
e faz seus dias terem sentido.
E se sujeitar ao que existe parece
tão pouco e injusto, ter que fazer
o que o mundo vive rotineiramente
e agora me parece capricho não se sujeitar
A viver das migalhas e de lixo.

Mas que remédio, se sou caprichoso,
se tenho asas, porque não voo?
É frustrante viver de cimento e lama
onde você não alcança o que te faz sentir
como o vento que sopra nas montanhas
numa manhã de neblina, ou como cheiro da grama 
molhada que te faz lembrar da chuva, ou como
qualquer coisa que já tenha te feito sorrir.

Mas o mundo não se importa
com o que te move. Nenhuma pessoa
percebe tua alma acuada, reclusa
num canto de sonhos, ansiando
pelo dia de exportar sua voz aos quatro
cantos do mundo, e fazer o mesmo gritar.
Nem todos podem ser o que sonham
Mas eu ainda prefiro sonhar...


Thiago Grijó Silva

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Dias Vazios


Dias vazios
Frios como a ternura
Branda do meu coração sombrio
Como a loucura doce
Que acalma minha mente sutil
Que me abraça
Com o calor de um arrepio

E como se todo dia
Me sentisse assim
Vivo dentro da morte
Morrendo enquanto sonho
Vivendo enquanto acordo

E a mente me desperta
Com o menor calafrio
Do seu corpo sutil
No amanhecer do vazio
Que me enriquece a alma
Que me da sentido

Como se todo dia
Me sentisse sozinho
Procurando as escuras
Enquanto perdido
Seguindo com medo
Enquanto vencido

São dias solitários
Frios como o amor sólido
Do seu olhar sem brilho
Como o céu vazio
Que me faz sentir esquecido
Que me entristece
Com a noite mergulhada no sombrio

Como se refletisse
A ausência da esperança
A força de perder
A vontade de não querer... Morrer...

São dias sombrios
Eternamente vazios...


Thiago Grijó Silva

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Tumulo


Dor que não percebe doer
Chão que não consigo pisar
Os sonhos que não alcanço
Se põem no fenecer de um abraço
Retrato marcado no infinito
Ilusão de menino, perdido
Que não consegue acordar.

Solidão que não se percebe
Mentiras que viram verdades
O mundo perdeu suas cores
E o tempo, antes eterno,
Agora se põe sob as paredes
Grosas de vidro que me cercam
A mente e não me impedem de ver.

Morte que não percebe morrer
Céu que não consigo tocar
Sangue que não percebe sangrar
Tempo que não percebe perder
Dias que não podem voltar
Dor que não percebe doer
Sonho do qual não vai despertar.


Thiago Grijó Silva

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Quarta Pagina



É só um desabafo
Me irritar é fácil
Ver como as pessoas, a todos, 
Conseguem mentir e manipular

Eu não sei jogar esse jogo
eu tentei aprender, é verdade.
Eu li treinei e pratiquei, mas sempre
minha vontade era superada pela necessidade
que eu tenho de obter o meu desejo.

E eu nunca consigo.
Manipular é tão ridículo, é a consciência,
ela maldita, que não me deixa mentir.
E vou caminhando, eu falo, paro e penso
Mas quando ando tropeço, e não entendo
como as mentiras podem ser tão bem enxugadas
e conduzirem tão cegamente as pessoas.

Eu deveria mentir também.
Ser falso e errado. Ruim ou cruel
são adjetivos que a mim não interessam.
Mas pra que ser honesto?
Enganar é sucesso certo!
E é tão mais fácil mentir, já que a verdade
não vale muito por aqui. Ou ali.

Isso é só um desabafo de um caminhante
que cansado se questiona do pra que
persistir em prosseguir rumo a um objetivo
porque se não for armado de mentiras
não ultrapassara o muro que existe ali.

Claro, eu estou errado. Mas Deus
Eu te digo, Se matas minha consciência
Serei teu pior inimigo...


Thiago Grijó Silva


sábado, 20 de outubro de 2012

A Ultima Sinfonia


Relembrando minha infância
Eu me vejo como uma linda criança
Sem nome... Sem pais...
Relembrando minhas tardes frias
E nas noites sombrias eu me escondia na escuridão de meu quarto
E calado... Eu chorava... Sozinho... Implorando perdão...

Cai sentado, nesse chão gelado
E a vida me deu simplesmente um sorriso... E mais nada...
Com o tempo eu aprendi a crescer
A ser forte e a poder bater na cara de quem me afrontar...
Errei muito... Acertei muito também...
Mas eu nunca sorri...

Eu sei... Que deveria existir algum motivo pra tudo isso
Mas eu não encontro uma única razão que me diga
O porquê que eu devo sofrer...
Mas eu sei... Que sou belo... Forte e intrépido... Talvez...
Só que eu não sei... Se isso está certo...

Às vezes eu ligo meu radio
E fico deitado esperando o amanhã chegar...
Sonhando acordado, eu fico deitado
Esperando alguém se lembrar de me acordar...
Eu sou um tolo, sabia?... Mas por quê?...

Meus sonhos são muitos...
Tanto que às vezes ate me perco em meio deles...
Mas sonhos não bastam... E preciso mais...
Muito mais pra vencer na vida...
E eu perdi quando achei que era forte
Pensei que o mundo também fosse forte
Mas me enganei
Por que não sou forte
Nem o mundo é também...

Eu às vezes penso que já estou morto
Mas me sinto vivo...
Socorro!!!...
Às vezes um sonho bonito pode não parecer muito bom
E em vez de tornarmos nossos sonhos completos
Vivemos fingindo que fizemos algo de bom...

... Eu não sei esperar...

Minha jornada acabou
É o fim de uma estrada
Uma historia que acabou
Sem nem ao menos começar...
Eu devia ter uma chance...
Mas não sei escutar...
Complicado parece viver sob a sombra da morte
Quando o único olhar te cega à razão
É a simples visão da própria morte... Ou seria a tua própria?...
Simplesmente... Sei lá...
Eu não aprendi a amar
E não quero morrer
Estranhamente eu sinto
Que ainda posso vencer...


Thiago Grijó Silva

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Dia Ruim


Se hoje fosse um dia negro
Eu até viveria, e da morte,
eu que dela me alimento,
provaria outra vez seu veneno.

Se hoje fosse um dia sombrio
Eu até sofreria, e de toda a dor,
eu que dela me inspiro a sorrir,
guardaria outra vez uma magoa.

Se hoje fosse um dia para morte
Eu até ousaria, e do meu exagero,
eu que hoje inexisto por ele,
findar-me-ia de uma vez!

Mas hoje é apenas um dia nublado
Eu até ouvi rumores de alegria
E agora, eu que desfruto de sonhos,
padeço a mercê das mares da realidade.

Se hoje fosse apenas um dia ruim
Eu até gostaria, e até pediria,
eu que da sorte não desfruto,
que nunca encontrasse seu fim.


Thiago Grijó Silva

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Reino das Ilusões

Reina aqui os pesadelos
Os medos, temores infantis.
Reina também o desejo
O desespero, o ruim.

Impera as frustrações,
Teimosia, a agonia.
Imperam todas, sob um
sorriso escondidas.

Chove sangue nos pomares
De cinza terra infértil, com
suas raízes mortas expostas
Sob um céu descolorado.

Sopram os ventos, poeira
Trazida da cinza de outras
terras mortas difundindo 
este nome pelo mundo.

Reside nisso tudo, alguém.
Ele impera, reina, manda!
Traz nos sonhos alegria
E no corpo uma alma vazia.


Thiago Grijó Silva

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Noite Que Chora



Eu vivo no alto do meu castelo
Observando a noite quieta
Chorar o lamento de um sonho
Continuo e perturbado,
Ao delicado som de acordes
Deito meus olhos sobre o luar
Contemplando a linda imagem,
Resplandecente do véu estrelado
De um rosto que me observa.

E do alto do meu castelo
Minha alma se completa,
E se compadece desse choro,
E o liberta.
Escrevendo ao som de acordes
A sinfonia da noite quieta.


Thiago Grijó Silva

sábado, 6 de outubro de 2012

Minhas Lembranças




Eu sabia como reagir aos dias
Em que você me roubava
Cada lapso de memória perdida
E que agora enfurnam as paredes 
desse quarto vazio.
E a cor dos teus olhos
Ilumina meus sonhos
De medo
Da lembrança,
Da saudade,
Dos prazeres,
E da vida, que nunca tivemos...


Thiago Grijó Silva

sábado, 29 de setembro de 2012

Hoje há Tristeza

Do alto do monte acenava
para alguém que um dia
ruiu minha força e
diluiu minha torre e meus sonhos
que escoaram para debaixo do tapete
imundo da indiferença com a qual trato
aqueles que hoje passam onde para
o mundo eu cantava o amor.
Agora canto a minha dor...


Thiago Grijó Silva

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Noite Pálida


A noite passa, me invade
a alma de súbito surpreendida
por tamanha falta de coerência
na insensatez do homem

Que olhando as estrelas
do ínfimo céu de seu mundo
não observa as constelações
que ao seu redor cantam

E clamando a lua me invade 
hoje a noite, o desespero, e no peito
um calafrio, a alma surpreendida

pálida adormece nos pesadelos
já conhecidos do homem que passa
as noites em casa, olhando o nada.


Thiago Grijó Silva

Ninguém


Ninguém me vê
Andando pelo escuro
Vagando por um fluxo independente
Temendo por saber

Ninguém sabe
Dos meus tormentos
Hora seja por covardia
Horas mais tarde talvez por alegria
Ninguém me vê sofrer...

Ninguém
As entrelinhas da minha historia
Nem mesmo se importam 
Quando eu for embora
Quem vai chorar?

Ninguém ouviu
O grito desesperado do meu silencio
Calado pela minha repressão
Mas libertado pelo meu dom...

Ninguém quer me dar
Um olhar de carinho
Atrás das sombras só encontro escuridão
E dentro delas, proteção...

Ninguém olha
Ao redor tudo vazio
Mesmo em publico estou sozinho
Mesmo amando, não sou amado
Mesmo andando eu paro
Procuro um amigo
E do meu lado...
Ninguém...

A verdade é que o tempo passou
Segui meus próprios passos
E ignorei os rastros que qualquer outro deixou
Agora estou parado
Me esconder era tão fácil
E o que me sobrou?
Enterrar-me no passado
Nas lembranças que me restaram
Nos amores que vivi
Nos minutos que sorri
O instante em que falei
Nada sou, nada sei
Apenas sinto um vazio

Temendo por saber
Andando pelo escuro
Ninguém me vê...


Thiago Grijó Silva

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Tristeza



Dizem que você passa.
Que não demora, logo
você vai embora e eu
não te verei mais.

Dizem que tudo passa
E que logo vou esquecer
que algum dia eu chorei
com você.

Me disseram coisas erradas
Que nada é concreto.
E o que temos, se encerra.

Me disseram tanta coisa
que não sei a quem ouvir.
Nem como me sentir.


Thiago Grijó Silva

sábado, 15 de setembro de 2012

Versos de Sangue

Amargura tão bem sentida.
Esperei a noite toda a sombra
de tua companhia, que esvai
conforme o tempo passa.

Ele carrega tão bem sentida
Agonia, esperei teu rosto
por uma vida vir a refletir
teu olhar entre minhas estrelas

Para sozinho contemplar
As constelações de um universo
em versos preso dentro dos teus olhos

Carregam imagens tristes
De uma alma chorosa
que canta tua falta, em mim.


Thiago Grijó Silva

10 segundos podem valer uma vida. Uma vida nem sempre vale 10 segundos.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Terceira Pagina



Aqui onde o mundo parece pequeno
Solitário, prossigo minha jornada em desalento.
Entre ruas escuras me lembro de quando
antes era mais fácil decidir, ou fugir
sem ter de arcar com o peso das decisões tomadas
onde podia me esconder e evitar qualquer cilada
onde tudo era mais fácil de se resolver.

Mas esta noite, tudo me parece difícil
Mas eu prossigo minha jornada em desalento.
Entre a luz e a sombra, tem  vezes que a dor
em mim brada mais forte do que um carinho.
Então é mais simples jogar tudo fora, expor
minhas fraquezas, fechar as portas e mandar
toda a felicidade embora.

Mas essa estrada já ta quase no fim
Eu é que insisto e prossigo em desalento.
Solitário, tento ser feliz com minhas dores
escrevo e canto a quem queira ouvir meus versos
dizendo a todos o quanto sou fraco e lhes peço:
me amem! De tal forma, como nunca me amei.

E a estrada acabou, mas eu não cheguei.
É um novo corpo e em desalento pensei
em mil formas de conseguir reviver minha infância
ter de volta meus 13 anos roubados pela vida
prosseguir ao passado em vez de encontrar novo rumo
mas na impossibilidade de regressar, eu presumo:
Só me resta, caminhar.





Thiago Grijó Silva

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Chora


Como se não soubesse tuas desculpas de cor
Mas me parece que teu amor sumiu
E em seu lugar ficara o vazio dos teus lábios
Marcados no meu coração
Como se já não quisesse
Tuas caricias, juras de amor.
Perdida na beira da estrada
Morre só o meu amor
Adoecendo sozinho
Morre com dor
Mas chora,

Quando te ouve falar de agora
Quando te pões a dizer que o adora
Quanto te ouço sorrir...
Quando me diz que me esqueceste
Quando não me procuras
Quando sei que nada mais significo para ti...
... Chora...


Thiago Grijó Silva

sábado, 8 de setembro de 2012

Raiva

Olhos vermelhos
Fitando no espelho
Um rosto sem mente.
Uma raiva enervante,
Pulsando do fundo de meu ser.
Minha mente vazia
Não pode conter
Minha raiva enervante,
Pelos olhos do meu ser.

Olhos vermelhos
Fitando o fundo de meu ser
Onde uma raiva enervante,
Irracional, ignorante,
Se esconde de você.
Minha mente se cala
Quando a raiva se enerva
Vai se enervando sozinha
Se tornando raiva eterna
Maculada, sozinha,
Nas profundezas do espelho do meu ser.


Thiago Grijó Silva

domingo, 12 de agosto de 2012

Cavaleiro de Longa Data


Eram longas caminhadas
Solitária jornada
Que percorri sem direção.

Eram longas noitadas
Solitária jornada
Que percorri em vão.

Dentre inúmeros sonhos
Desequilibradas imagens
Num papel rabiscado
Desenhado em palavras
O retrato do acaso
Rosto desfigurado
De quem me deu sentido.
A tristeza do poeta
É a beleza do vazio.

Nesta triste noitada
Solitária caminhada
Que percorri sem direção.

Nesta velha estrada
Solitária jornada
Que percorri na ilusão.

Dentre tantos pesadelos
De um coração fraquejado
Mixado ao abismo
Voando baixo,
Sem conseguir enxergar
A delicada pele
Que reveste este tecido
Que se rasgado revela-se no estilo
De quem consegue interpretar

Percorri longa jornada
Solitária caminhada
Onde andei sem direção.

Percorri velha jornada
Sempre na mesma estrada
Versando minha solidão...


Thiago Grijó Silva

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Minha Cruz


Talvez aquela alegria me inspirasse
Mas a volta dos momentos tristes
Marca a partida do que foi
Ontem, nossa tarde.

Talvez aquela alegria volte
Mas a volta não calara a tristeza
Que marca no calendário as horas
Em que você não vai estar.

Talvez eu esteja ficando cego
Mas a vista não me ajuda
A enxergar com clareza
A beleza que você pode me ofertar.

É, talvez aquela alegria me inspirasse
Mas a constante partida da felicidade
Marca sempre a volta do que é
Agora, minha cruz.


Thiago Grijó Silva

sábado, 4 de agosto de 2012

Mundo Sem Guia


Ser sempre a sombra na escuridão
Um raio de trevas, na fuga da luz
Sem qualquer expectativa de viver
Alem da culpa, fardo que me pesa
As diretrizes do caminho.

Ser sempre a sombra no escuro
Um homem que nos ombros
Sem qualquer perspectiva de
realizar, traz neles o peso do
sonho derrotado.

Ser eternamente um cancioneiro
Jogado ao sereno, acalentado pela
voz do próprio erro, entoado a infelicidade
Sem qualquer expectativa de 
conhecer um brilho que não seja azulado
pelo véu da noite, ou borrado pela mente.


Thiago Grijó Silva

Essência



Como todos os mundos
Um dia foram refeitos
Todos os meus sonhos,
Em algum momento, foram desfeitos
Dentro da estupidez do meu olhar
Imobilizado em algum instante
Entre o nada e o eterno.
Parado como todos os mundos
Giram ao redor do espaço.
Move-se como param todos os carros
Frente ao sinal fechado.

Como a cada dia o sol morre.
A cada vida
Minha alma se corrói
Por mim.

Como em cada noite
A lua surge
Em cada fase eu mudo
A forma como sou,
O que penso,
Pra onde vou.

Como todas as estrelas brilham
Sem pretensão de ninguém as notar.
Eu sozinho ofusco todo o meu brilho
Com pretensão de alguém me notar.

Como em cada palavra
Eu encontro um amigo
Em cada esquina
Eu vejo um inimigo
Querendo me matar.

Como em cada lagrima esta expressa
A minha leve tristeza
Em cada passada de meu corpo, já cansado,
Por esta terra maldita
Eu deixo minha dor voar
Pelas nuvens feitas de cera
Derretendo sob o sol quente
Como os amores que desfrutei tão poucamente
Durante o caminho que segui.

Como em cada sonho
Não encontro a paz
Em cada pesadelo
Busco a sanidade
De toda a incoerência
De toda a tristeza
Que eu mesmo me causei.

Como em cada noite fria
Eu me cubro.
A cada dia de sol
Eu uso uma mascara.

Como uma sombra que sempre segue
O caminho da escuridão
Pois a luz e sua eterna perdição.
Eu vivo perseguindo meu passado
O velho que anda sempre ao meu lado
Vive me falando de perdão.

E assim como cada historia tem que ter um fim
Um dia o final deste livro será escrito para mim
Não sei como nem por que
Mas quando esse dia chegar
Estarei vivo!
Pois como de tempos em tempos
Uma volta a terra dá.
De vidas em vidas, um dia
Eu vou ter que ganhar...


Thiago Grijó Silva

sábado, 28 de julho de 2012

Perdidos


Quem esta noite precisar ser ouvido
Que se perca em meus versos.
Que encontre em cada um
o passado, a tortura ou angustia
que lhe machucava, ou machuca.


Que cada um de meus textos
Não te cause horror, ou medo
Que neles você encontre
Escondida, na fortaleza que te açoita,
O sonho de nascer para a vida.


Quem esta noite está perdido
Que se perca em versos,
Quaisquer, e que se deixem guiar
Pelo vento leviano do instinto
A corroborar em palavras seu intimo.



Thiago Grijó Silva

sábado, 21 de julho de 2012

Perdão a um Amigo

As vezes eu me esqueço
Que também sou amigo
E que guardo no peito
Nossos abraços e risos.


Tem dias que esqueço
Que um dia fui sozinho
E acabo deixando de lado
Todos que chamo amigos.


Eu não vejo suas necessidades
É quase sempre a minha vontade
Que prevalecerá a de outrem.


Perdão! Se as vezes esqueço
Que eu também sou amigo, Perdão!
Por nem sempre ser reciproco.



Thiago Grijó Silva

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Dizer

Eu queria dizer alguma coisa
Qualquer coisa. Algo especial.
Que encantasse o coração
de quem ouvisse, ou que levasse
Lagrimas aos olhos de quem lesse.

Eu queria expor da melhor forma
O melhor soneto, a maior beleza.
Levar a alma o conforto
de um abraço, o intimo do beijo
A leveza de uma pluma.

Eu quero ditar as mais lindas
frases, JAMAIS, proferidas.
Trazer a tona das pedras
ao jardim, a agua que o rega
lhe fazendo florescer.

Eu quero ser, viver, sentir
Cada letra que compõe
As partituras do mundo,
Ser do todo a sua musica.
Do céu, a constelação.


Thiago Grijó Silva

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Por Aqui



Ainda estou aqui
Esperando a morte me sorrir.
E enquanto ela não vem
Eu fico por aqui
Blasfemando mentiras,
Convencendo ninguém
De que não tenho uma vida.
Blasfemando mentiras,
Distorcendo as palavras
Por mim, proferidas
Na obviedade
De minhas rimas...


Thiago Grijó Silva

segunda-feira, 9 de julho de 2012

O Mundo


O mundo é sempre menor
Do que eu mesmo
Está sempre reduzido
As minhas vontades
Não conhece a liberdade
Dos sonhos
Nem o limite do imaginário
Está perdido, voltando
Ao lugar errado.

O mundo é sempre uma
Fração menor de mim mesmo
Está sempre quebrado
Movido pela minha vontade
Não conhece a solução
Dos problemas
Nem o limite da dor
Está morrendo, segmentado
A lembrança do amor.


Thiago Grijó Silva

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Suicida



Tem horas que é difícil não trazer átona
Certas verdades que te incomodam
E até certo ponto, te colocam
Sob a perspectiva da pressão
Psicológica da situação
A qual você, desavisado, sem nem mesmo
Saber do que sente
Vê-se obrigado a decidir,
Quase que instantaneamente,
Entre respirar ou não...
E por mais obvia que seja a resposta,
Em verdade todos sabem
Quão tentador não é, em certos pontos dessa estrada,
Se deixar levar pela escolha errada...


Thiago Grijó Silva

terça-feira, 19 de junho de 2012

Trovador


Sou um trovador solitário
Cantando junto ao meu cavalo
Versos brutos de amor.

Sou um poeta solitário
Das noites sombrias
Travando duelos em trovas
Com os amores da minha vida.

Sou um trovador poeta
Versando canções
De coisas que eu não vivo
Permanecendo no escuro profundo
E cruel no qual existo.

Trovador solitário
Á noite ou de dia
A canção que me guia
Pelo eterno descarrilhar da vida.


Thiago Grijó Silva

sexta-feira, 15 de junho de 2012

O Vazio


A fúria desperta
Minha alma deserta
Um coração sem guia
 
A dor me acompanha
Um coração sem dono
Sofre sem alegria
 
A fúria começa
Quando a alma desperta
Pra vida
 
A fúria termina
Quando a alma adormece
Sem vida


Thiago Grijó Silva

terça-feira, 12 de junho de 2012

Boas Vindas!


 
Boa noite, amantes do dia.
Convido-lhes a morrer
Suavemente por esta melodia
Adentrar aos portões no eclipse da vida.

Boa noite, amantes do dia.
Convido-lhes a sucumbir
Suavemente a treva que se forma
Adentrar pelos portões do inferno, agora.

Encontrar na morte, o eterno.
Bem vindos! Desbravadores do inferno.
Convido-lhes a ficarem perdidos.

Ao fincar na eternidade
O horror de suas vidas.
Dou-lhes boas vindas!


Thiago Grijó Silva