segunda-feira, 22 de julho de 2013

Falta

Do beijo que me davas
do abraço, o teu calor.
Teu corpo a apertar-me
como se nunca mais
me quisesses soltar.

Teu olhar sempre tão doce
teu cheiro, o gostoso sabor.
Dos lábios a acariciar os meus
Da ausência das palavras
na troca de nossos olhares.

Da ternura impar que cativa
minha princesa, amor da minha vida.
Da bondade que flui, como a agua
num dia de chuva, sobre todos.
Merecedores ou não.

Do amor que pela vida desfruto
do coração, que levou contigo.
Da alegria de poder só te olhar.
Espero saudoso teu regresso.
De ter você por perto.


Thiago Grijó Silva

Dedicado a Mary Oliveira

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Oitava Pagina


Se eu pudesse me agarrar a alguma coisa, eu sonharia. 
Porque dos sonhos, eu sei, posso tirar meu pão
arrebatar minha sede num mutirão de palavras 
Doces que recaem em meu travesseiro
recoberto com delicioso resquício
da esperança que meu coração preparava.

Se eu pudesse me agarrar a um dia, seria este.
Porque nunca, eu sei, esteve tão enraizada
esta semente que por fim brota esplendorosamente
ramos incontáveis dos frutos mais variáveis
de sabores sutis, ásperos, indigestos
numa variedade que somente a perfeição
poderia me reservar. E não desejo
nenhuma outra vida, nenhum outro dia
nem um outro minuto, instante, tempo ou lugar
para estar, se não neste agora.

Desejo que dure, que perdure por entre as eras
abocanhe meu corpo e me de pernas
para que com elas, enfim, eu possa caminhar
entre as brumas tão densas desta manhã ensolarada
que a dias estava encoberta, agora teu olhar a dispersa.
E não pretendo fugir. Desejo me deitar sobre o universo
que aqui descobri e esparramar-me nele, faze-lo
de meu coberto, meu colchão.

Se antes tinha medo da felicidade, nesse dia só me pergunto
porque tanto tempo desperdiçado 
voando mais baixo do que conseguiria chegar.
Se soubesse não cairia tão fundo, não iria tão alto
se antes pudesse te enxergar.

E nesse tempo de alegria, um temor me ronda 
a espreita, no escuro, minha mente perturba
dizendo poder apagar.
mas sigo esta lua porque quando não mais
eu puder me agarrar ao sonho.
Não desejarei, viver mais.


Thiago Grijó Silva

Plenitude


Você é a luz da minha treva
as outras eram só lanternas
cujo o facho as trevas ocultou.

Você é a semente que germina 
no meu coração alegria, 
e dos frutos da bondade
alcançarei objetivos e futuros

Tudo porque seu abraço vai me sustentar
quando a noite cair temerosa,
e teu ombro a acolher minhas lagrimas
dispersando o frio da insegurança
preenchendo-me do calor de sua alma
e tomando para si um coração
que há muito, a ninguém pertencia.

E agora encontra sua dona
E não deseja mais
não sofre
nem sonha,
é pleno,
é feliz,
esta em paz.


Thiago Grijó Silva

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Jardim de Rosas


Colhi no caminho
Espero que não venha
a lhe cortar um espinho

Mas que cada pétala
te perfume os lábios 
com meu beijo

Que a cada noite
floresça no jardim
olhares que se perdem
num coração alheio
casados como as
vozes de um dueto
que nunca silencia. 


Thiago Grijó Silva