terça-feira, 17 de novembro de 2015

Teu Público

Ouviram de todos os lados
A versão mal contada de teus lábios
Procurando te entender
Sem compromisso com a verdade
Sem tempo para desculpas
Culpa! Culpa! E Culpa!

Por piedade lhe tomaram
De caricias e cobriram de ilusões
Sua versão da minha historia
E terminamos o filme
Com o aval do teu público
Bravo! Bravo! Bravo!

Eu que sempre estou errado!
Me perdoe pelos outros
Que não falam o que você conta.
Me perdoe as atitudes
Daqueles contra quem tu te levantas.

E já que sou culpado
Me perdoe o verso errado
E tudo que foi apagado.
Me perdoe essa resposta
Covarde como tu...

Não es em teus anseios de medo
Sobre minhas supostas fraquezas
Interpeladas pela doentia mente
De olhos que enxergam em mim,
Mas não a mim,
O mal do qual padece
os mesmos olhos que me enxergam.

Ainda assim, vou te dizer
Em versos, prosas, com gestos
Em todo e em cada manhã
A beleza de um sorriso
Que faz padecer os malefícios
Causados pela rigidez
Do teu olhar doentio.

Eu termino, retificando as mentiras
Sem pretensão de disseminar a verdade
Sem dar nomes ou diretrizes
Braveje, que a verdade não muda.
Eu mudo, para que você pare de julgar.
Você julga, porque não quer enxergar.
E como estou sempre errado
Não paro de me desculpar.


Thiago Grijó Silva

domingo, 9 de agosto de 2015

Décima Segunda Pagina


Entre a incapacidade de usar as palavras
e o medo de perde-las por completo
guardo um pedaço do dia
em que me lembro que havia algo importante.

como se mil vidas tivesse
esqueci-me do que era importante
nas primeiras décadas.
E deixei-me iludir pelo conforto
de um tempo que me toma 
das lembranças a meu ouro
tudo que me foi importante.

Deito no caminho que me guarda
não há coerência em minhas palavras
somente uma confusão de metáforas mal estruturadas
num roteiro que não faz sentido
de um velho filme que ninguém
gostaria de ter visto.

Mas tudo isso faz parte do meu destino
traçado pela vontade de um andarilho

peregrinando pela noite sozinho
na companhia humana da personificação da tristeza
a procura de um anjo sumido
que não pretende regressar.

Os dias vão fluindo, e mais jovem não fico.
nestas terras a alegria esta escassa
e nosso caminho de flores esta desbotado
o ceu manchado e o vermelho da vida
coagulado pelo remorso da culpa
pela ira cometida contra ti.

Tenho a intenção de nos salvar,
mas pretenso, estou, de que me salvo.
Mas salvar-me eu não posso.
Caminho a oração da tua luz
Com milhões de duvidas
tentando crer na certeza de que tudo ficara bem.


Thiago Grijó Silva





quarta-feira, 18 de março de 2015

Julia



Todo aquele sorriso
que corria até meus braços
num desesperado grito
"Tio Thiago!"
Ficou para trás...

Mas todo aquele amor
que discorria em nossos atos
num semblante vivaz
De felicidade!
Permanece...

Em cada abraço apertado
cada palavra trocada
corre em nossas almas
gargalhadas!

Que teu riso, nunca finde!
E que tuas asas desconheçam o chão.
Sempre que quiseres, tens um espaço
guardado no camarim do meu coração.


Thiago Grijó Silva 

Dedicado a minha sobrinha Julia Borges

sexta-feira, 6 de março de 2015

Nosso Mundo é Assim

É ruim quando você chora
Quando o mundo inteiro
Desaba a sua porta
e você me contesta.

Eu tolo, num revide
Ignoro a delicadeza
de seus olhos
que me param.

E é nesse rompante
que entristeço,
Ao som da minha voz

E você muda!
Eu parado.
E no final, um abraço.

Thiago Grijó Silva

domingo, 11 de janeiro de 2015

Sorriso Triste

Se tudo que sabes e me falar dos meus erros
E se tudo que tens são armas.
Aponta-as para outros que não eu
e me deixe em paz

Porque se tudo que tens é ruim
Se tudo que sou, não te basta.
Apronta-te daqui para as ruas
E suma da minha vida.

Por que? Se tudo fiz pra você,
Não é bom nem te engrandece
se todo o meu esforço é em vão

E se a cada dia tu apenas me odeia
então melhor não estar aqui, onde
me doí te fazer chorar ao invés de sorrir.


Thiago Grijó Silva