sábado, 4 de agosto de 2012

Essência



Como todos os mundos
Um dia foram refeitos
Todos os meus sonhos,
Em algum momento, foram desfeitos
Dentro da estupidez do meu olhar
Imobilizado em algum instante
Entre o nada e o eterno.
Parado como todos os mundos
Giram ao redor do espaço.
Move-se como param todos os carros
Frente ao sinal fechado.

Como a cada dia o sol morre.
A cada vida
Minha alma se corrói
Por mim.

Como em cada noite
A lua surge
Em cada fase eu mudo
A forma como sou,
O que penso,
Pra onde vou.

Como todas as estrelas brilham
Sem pretensão de ninguém as notar.
Eu sozinho ofusco todo o meu brilho
Com pretensão de alguém me notar.

Como em cada palavra
Eu encontro um amigo
Em cada esquina
Eu vejo um inimigo
Querendo me matar.

Como em cada lagrima esta expressa
A minha leve tristeza
Em cada passada de meu corpo, já cansado,
Por esta terra maldita
Eu deixo minha dor voar
Pelas nuvens feitas de cera
Derretendo sob o sol quente
Como os amores que desfrutei tão poucamente
Durante o caminho que segui.

Como em cada sonho
Não encontro a paz
Em cada pesadelo
Busco a sanidade
De toda a incoerência
De toda a tristeza
Que eu mesmo me causei.

Como em cada noite fria
Eu me cubro.
A cada dia de sol
Eu uso uma mascara.

Como uma sombra que sempre segue
O caminho da escuridão
Pois a luz e sua eterna perdição.
Eu vivo perseguindo meu passado
O velho que anda sempre ao meu lado
Vive me falando de perdão.

E assim como cada historia tem que ter um fim
Um dia o final deste livro será escrito para mim
Não sei como nem por que
Mas quando esse dia chegar
Estarei vivo!
Pois como de tempos em tempos
Uma volta a terra dá.
De vidas em vidas, um dia
Eu vou ter que ganhar...


Thiago Grijó Silva

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