quarta-feira, 23 de novembro de 2011

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Eu vinha trazendo nos dias que seguiam
Uma carga que de certo, eu queria me livrar.
E hoje eu já não penso de muitas maneiras em como poderia fazê-lo
Atenho meu tempo a curtos problemas que tendem
A crescer descontroladamente mais rápido
Do que jamais consegui andar.

Eu vinha já por esses dias pensando
Em me livrar de todo esse peso e talvez
Abordar uma espécie de fruto doce
Que me liberta-se do sabor amargo
Que tem sido o aperitivo do meu paladar apurado,
Durante o que chamo de vida.

Eu já pensei, mais de uma vez, nesse momento
E antes nunca se mostrou tão claro, e é óbvio
Que não entendo o significado dessas estrelas
Que a mim, nada dizem a respeito do que, de certo,
Não procuro compreender por completo
Me mantendo vendado no caminho guiado por um cego.

Eu já via a luz, que agora parte, mas já partiu outrora
Quem sabe não volta qualquer hora
Mas de certo, eu sei, que não me cabe conhecer o ir e vir da felicidade
Mas recebe-la em minha casa, ainda que essa seja a estrada,
Já me é a bênção de que preciso, por Deus para mim ofertada
Mas por estes dias não tem vindo, talvez me olhado, mas sumido.

E eu já cansado ando pensando em jogar fora esse fardo
De carregar essa carga, pelas noites e dias, cada vez mais pesado
E tem dias que oro, quase choro, e retumbante esse meu penar desnecessário
A tal ponto que se os anjos não rissem, eu riria por eles
A observar sempre as mesmas palavras, em contextos iguais
Refletindo um estado de perpetua impermanência.

É. Eu já carreguei essa carga por tempo demais, vai-te!
E não te ponhas em meus ombros nunca mais!
Antes fosse tão simples, mas ações não se constroem
Em pensamentos que nunca viraram nem ao menos palavras.
E ainda agora trago essa carga, um fardo que me incumbi de levar
E que acaba por me levar, para algum lugar...


Thiago Grijó Silva

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