quinta-feira, 4 de abril de 2013

Passagem


Sinto-me longe...
Distante do que antes me alegrava os dias
Do que antes me enchia de alegria
Agora nem mais ouço falar...

Sinto-me preso...
Trancado na minha vida
Prisioneiro de um mundo feito de mentiras
E eu não sei por onde escapar...

Sinto esvaziar-se a mente
Sinto-me levemente vago de conteúdo e saber
Como se toda experiência adquirida
Se transformasse da noite para o dia
Numa mórbida e suja palheta de mentiras
Desenhando fantasias, que eu não consigo usar...

Sinto-me perder-me de minha alma
Como se tua essência fosse vagarosamente embora
Enquanto assisto meu mundo sumir
No olho tenebroso de um buraco negro, inexistente de saber
Como meu mundo está atualmente, inexistente de viver...

Sinto que não me sinto o mesmo
Como se cada lembrança me dissesse
Que já não sou mais o que fui
Como se a cada dia eu soubesse
Que já não serei mais o que fui...

Sinto que já não escrevo
Por que não vejo mais
Aqueles belos dilemas
Onde estão meus poemas?
Por que não os leio mais?
Sinto que não me vejo a frente do espelho
Quem me falou que meus olhos estão vermelhos?
Por chorar por amor...

Sinto-me carregado
Cada dia passando como um raio
Sinto-me carregado
De dor e paixão
Essa tristeza e forte
Agoniando meu coração
Já um pouco cansado
Esperando acordado, a felicidade bater
Mas apesar de atrasada
Não vou brigar com você...

Quero saber quando vou escrever.
Sinto que já não ouço mais o poema
Sinto que os sons se calaram para mim
Como os sinos que já não tocam
Esperando ansiosos, o momento deu partir...

Mas já sei que estou errado
Afinal isso é tudo ao contrario
Meu erro é achar que acertei
Mas acerto quando penso que eu errei...

Olho pra frente e só vejo o escuro
Sinto-me no submundo
Mas ainda vejo o sol
Distante, porém grande
Forte, porém oculto
Iluminando quase tudo
Quem sabe não me ilumina também?...

Sinto-me castigado
Por mim mesmo
Aprisionado nesse quarto
Olhando pros lados
Imaginando lugares que eu não conheci
Pessoas que eu nunca vi
E mundos que eu ainda não construí...

Sinto-me com pena de mim
Como se estivesse desgarrado da verdade
Acolhido pela mentira da realidade
Das pessoas que reneguei...

Sinto que não choro
Mas penso que gostaria
Uma lagrima fria
Expressaria minha dor
Talvez melhor do que palavras
E quem sabe curaria minha dor
Talvez melhor do que o amor...

Sinto que já não amo
E no meu peito está
Uma pedra a bombear-me o sangue
No lugar de um coração...

Sinto-me sozinho
Mas ainda tenho motivos para lutar
Agora e hora de ir
E daqui eu vou seguir...


Thiago Grijó Silva

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